Encontrei entre as postagens de minha página do faceboock uma imagem na qual estava escrito: “a política passa, as amizades
continuam”. Confesso que gostei da frase e resolvi comentar.. Escrevi então que
nesse tempo de política somos convocados a tomar partido, assumir posições,
baseadas em nossos valores, ideias e ideais.
Não cabe ficar em cima do muro, indeciso, indecisa, pois não decidir
também é uma forma de decidir. Não optar já é, dessa forma, uma opção.
Ser cidadão, cidadã, é
participar, levantar as bandeiras pelas quais achamos que vale a pena lutar.
Claro que por trás de muitas dessas bandeiras escondem-se interesses pessoais,
pequeninos, mesquinhos, que revelam a pobreza de uma alma incapaz de acolher o
coletivo, de se solidarizar com um projeto, uma ideia, um ideal que abarque
mais do que a sua própria pessoa ou família, cito como exemplo, os que abraçam
um partido, um candidato, uma candidata apenas pensando no que poderão usufruir
antes ou depois da eleição: um emprego para si mesmo ou para algum familiar, uma
gorjeta a título de ajuda (que nada mais é do que a mercantilização do voto),
enfim, uma melhoria ou brinde qualquer...
Mas há também os que levantam uma
bandeira pensando e sonhando um sonho maior: a boa administração da cidade, o combate
à miséria, a utilização dos recursos públicos para a melhoria do bem-estar das
pessoas, os serviços públicos (saúde, educação, assistência) funcionando de forma,
minimamente decente etc.
Tomar partido, assumir uma
posição política é, assim, um direito e um dever que assiste todo cidadão. No
entanto, tudo isso pode e deve ser feito no respeito pelo ser humano,
especialmente pelo outro que pensa diferente de nós. Dessa forma, urge pensar e
viver o tempo da política igualmente
como tempo de respeito, valorização e defesa do direito de que o “outro” possa
também ser e pensar diferente, isso independentemente desse “outro” ser ou não
nosso amigo. Nesse sentido concluo esta
pequena reflexão, fazendo um trocadilho com a frase que lhe deu origem: “O
tempo da política partidária passa, mas as pessoas continuam” e pessoas
precisam, além de água e comida, de serem respeitadas. E lembro inclusive as seguintes palavras de
Voltaire: “posso não concordar com nenhuma de suas ideias, mas lutarei até o
fim pelo seu direito de expressá-las”.
Meu caro Marcelo,
ResponderExcluirsuas palavras, além de reflexivas, são de uma grande motivação para quem ler e carrega para si o sentido de "ser" cidadão e por que não, de "fazer" política de um jeito novo. Como eleitora tavarense, sinto-me no direito de opinar e sobretudo, de cobrar. E por que cobrar? Cobrar daqueles que fazem da administração pública um palco ou encenação, no qual a população(parte na plateia, parte manipulada como fantoches) fica inerte e não levantam a bandeira com o lema MUDANÇA. Uma palavra simples, confesso. Mas, de extremo significado quando retirada do campo teórico e aplicada à prática. E mudar requer atos. Não bastam palavras ao vento, são necessárias atitudes. Sei também que mudar é sinonímia de criar novas expectativas, de promover a paz e esperança em uma terra (me refiro em especial, a Tavares) que anda desacreditada, marcada, como você bem mencionou pela "mercantilização do voto".
Porém, vamos à luta! Hoje, especialmente, a palavra mudança se abriu de uma maneira nova em minha mente e talvez, o que hoje eu considero como utópico amanhã deixe de ser uma quimera e passe a tornar-se realidade. E digo isso sem demagogia, pois sei que estaria sendo hipócrita se derramasse palavras e mais palavras e não contribuísse, de uma forma ou e outra, para a mudança que queremos ver. Lembro ainda que não se muda uma opinião ou conceito "do dia para a noite", mas, assim como as borboletas, vamos nos libertando aos poucos do casulo e criando asas e nos adaptando até ganharmos o céu. E como você encerrou (belissimamente) com Voltaire, remeto-me a Gandhi: “Você deve ser a mudança que quer ver no mundo."
Forte abraço,
Paula Fernanda